A Mamografia já deixou de ser usada como método obrigatório na Suiça e na França.
Dra. Lucy Kerr ao lado do aparelho de Elastografia em sua clínica em SP. – Guilherme Bessa
10 RAZÕES PARA A MULHER NÃO FAZER MAMOGRAFIA
Uma série de estudos apontam para a incapacidade da mamografia em reduzir a mortalidade pelo câncer de mama e para os perigos da mamografia, decorrentes de vários fatores. As informações que se seguem são um resumo dos dados científicos disponíveis em várias fontes, inclusive o site do INC- USA (Instituto Nacional do Câncer – EUA).
Dra. Lucy Kerr – formada em medicina pela USP pós graduou-se em Ultrassonografia Diagnóstica pela Wake Forest University, completando seus estudos na Thomas Jefferson University, ambas nos EUA. É pioneira em ultrassonografia no Brasil, onde atua há mais de 30 anos.
1. A exposição anual à radiação propicia o surgimento do câncer mamário (denominado de câncer radiogênico). Se te disseram que esse perigo é desprezível, te enganaram. Cada mamografia anual (emite radiação ionizante) contribui para o desenvolvimento de câncer de mama, que não surge de imediato, mas após cerca de 10 anos de exposição.
2. A compressão demasiada do tecido mamário durante o exame contribui para que o câncer se espalhe pelo restante do corpo. A compressão forte e dolorosa das mamas, durante o exame, pode propiciar a ruptura de pequenos vasos ao redor do tumor que, por estar presente, pode disseminá-lo pela corrente sanguínea, contribuindo para que o câncer se espalhe pelo restante do corpo
3. Atraso no diagnóstico do câncer que está presente, mas não é detectado pela mamografia, o que é denominado de falso-negativo. Isso significa que o tumor estava presente quando o exame foi realizado. Ocorre principalmente nas mamas densas, característica de quase metade da população feminina. Portanto, a mamografia definitivamente não é método aceitável para essa população. Os métodos de imagem capazes de melhorar a detecção do câncer de mama de forma inócua são, em especial, a Ultrassonografia e a Ressonância Magnética.
4. As chances de cura reduzem quando há atraso no diagnóstico e tratamento do câncer de mama devido a uma mamografia falso-negativa (piora o prognóstico). As mulheres mais jovens são as que mais frequentemente não têm o câncer detectado na mamografia devido à grande densidade das mamas, o que impede a penetração adequada da radiação e diminui sua capacidade de diferenciar entre o câncer e o tecido normal da mama (ambos se mostram com uma só densidade na mamografia). Todos os estudos que analisam os falso-negativos da mamografia concluíram que a mama densa é a principal causa e esse problema é insolúvel, pois é uma limitação do princípio físico da mamografia.
5. Um terço de todos os casos de câncer de mama surge no intervalo entre as mamografias, e é denominado de Câncer do Intervalo. Esses casos são mais frequentes durante o período reprodutor. São, justamente, os tumores mais agressivos, que podem dobrar de tamanho em um mês e que têm maior probabilidade de metastatizarem. Esses são os detectados no intervalo de mamografias anuais sucessivas.
6. Não ter, mas ser diagnosticada como tendo câncer, o que é denominado de falso-positivo. Diagnósticos falsos de câncer realizados pela mamografia são particularmente frequentes nas mulheres durante o período reprodutor e nas menopausadas em uso de hormonioterapia de reposição, acarretando ansiedade, mais mamografias e biópsias desnecessárias.
7. Diagnóstico é exagerado e o tratamento excessivo, um problema grave e comumente ignorado pelas mulheres. Após um diagnóstico exagerado (diagnosticam algo mais grave do que a paciente tem) a mulher pode ter um sério agravante, que é passar por um tratamento maior e mais agressivo do que necessitaria, sendo este considerado atualmente um dos grandes males da mamografia.
8. Baixo controle de qualidade. Nos laboratórios de radiologia e os laudos de mamografia podem conter erros graves decorrentes da má qualidade do exame. Aqui no Brasil o Dr. Hilton Augusto Koch da Universidade Federal do Rio de Janeiro realizou o mais completo estudo sobre Controle e Manutenção da qualidade em Mamografia e constatou que a má qualidade das mamografias prejudicava a conclusão diagnóstica e isto, somado ao mal diagnóstico gera falso-positivos e falso-negativos, constituíam-se em enormes prejuízos à população feminina. Infelizmente, como radiologista e, desejando valorizar o método, também afirmou que “os benefícios da mamografia superam amplamente os riscos de câncer radioinduzidos”, o que é falso. Um caso clássico de conflito de interesses.
9. A mamografia não reduz a mortalidade por câncer de mama, deixando de realizar justamente o propósito pelo qual ela foi introduzida no diagnóstico médico. Apesar de se afirmar há muito tempo que a mamografia realizada periodicamente reduz a mortalidade por câncer de mama, esse fato jamais foi comprovado. Na realidade, a vasta maioria dos cânceres não é afetada pela detecção precoce e há uma forte evidência favorecendo que a principal variável que determina a probabilidade de sobrevivência da mulher com câncer de mama é o determinismo biológico do tumor, uma combinação de virulência do tipo específico do tumor e a resposta do hospedeiro ao desenvolvimento dele, que seria mais importante do que a detecção precoce
10. A Mamografia é um exame superado por outros mais modernos e eficientes, particularmente pela ULTRASSONOGRAFIA, a ELASTOGRAFIA e a RESSONÂNCIA MAGNÉTICA. Atualmente o melhor método, desde que utilizado com o protocolo completo, é o três em um: US, Doppler e a Elastografia. O exame Ultrassonográfico utiliza o princípio acústico para demonstrar a morfologia dos órgãos, assim os tumores de mama podem ser diferenciados dos tecidos normais que a constituem. O exame Doppler avalia o tipo de vascularização da mama e dos nódulos mamários, utilizando para esse fim o princípio Doppler, totalmente diferente do princípio acústico e que é capaz de “ver” o que está em movimento, como o sangue. A Elastografia utiliza o princípio da elasticidade para analisar os tecidos, também consegue detectar as doenças porque elas afetam a dureza dos tecidos, da mesma forma que palpamos as lesões no exame físico. A principal utilidade da elastografia da mama atualmente é a diferenciação dos nódulos benignos e malignos.
OBs: Os itens tem embasamento em uma extensa bibliografia, que pode ser encaminhada para checagem caso haja interesse da imprensa, em conhecer as fontes.
Mara Ribeiro – mtb 16.577
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