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Empreender exige o enfrentamento dos mais diversos tipos de desafios. O segundo deles, depois de elaborada uma ideia, é a captação de recursos. Aqueles que possuem valores que podem ser investidos de imediato, acabam tendo uma facilidade inicial em sua jornada.
Para visionários sem o mesmo tipo de recursos financeiros, existe a possibilidade dos empréstimos. Essa questão por si só tem alguns desdobramentos, considerando especialmente a maneira como valores serão obtidos juntos às instituições financeiras.
De acordo com pesquisa da empresa Bom Pra Crédito, 19% de todos os brasileiros que emprestam dinheiro o fazem para empreender. A partir dessa realidade, cabe considerar algumas questões relacionadas com as possibilidades e os tipos de pessoas que emprestam.
O que é uma pessoa jurídica?
Antes de falarmos sobre como funciona um empréstimo para Pessoa Jurídica, cabe definir o que exatamente ela é. A explicação do conceito facilitará todas as etapas posteriores deste texto, garantindo a compreensão das minúcias e as diferenças com Pessoas Físicas.
Basicamente, uma Pessoa Jurídica é uma empresa. Através de um CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), um cidadão com um CPF regularizado estabelece uma nova figura, com responsabilidades legais e tributárias separadas e distintas daquelas de uma Pessoa Física.
Naturalmente, essa diferenciação tem consequências e repercussão em todos os âmbitos legais e financeiros. Uma Pessoa Jurídica carrega responsabilidades específicas, as quais se separam das responsabilidades carregadas por uma Pessoa Física portadora de CPF.
É importante também mencionar que Pessoas Jurídicas existem em diferentes tamanhos e tipos. Embora todas tenham como característica comum o que foi explicado antes, um Microempreendedor Individual vivenciará uma realidade diferente de uma grande empresa.
Levando tudo isso em conta, chegamos ao dilema que dá título a esse texto: no caso dos empréstimos, como uma Pessoa Jurídica os obtém? Existem diferenças com relação aos empréstimos de Pessoas Físicas? Nos tópicos abaixo, vamos responder essas perguntas. Confira!
O que é empréstimo para Pessoa Jurídica?
Guardadas as proporções e diferenças, um empréstimo para Pessoa Jurídica é bastante similar ao empréstimo para Pessoa Física. Nos dois casos é feito um pedido, documentos são entregues e os bancos e instituições financeiras analisam os dados, aceitando ou não.
Um empréstimo para Pessoa Jurídica é uma linha de crédito voltada para empresas. Outros tipos incluem empréstimo com garantia, financiamentos, crédito para capital de giro, antecipação de recebíveis e microcrédito. Cada modelo possui suas características próprias.
Mesmo dentre empréstimos para Pessoa Jurídica, existem diferenças. Como mencionado brevemente no tópico anterior, a realidade de um MEI não é a mesma de uma grande empresa, o que se reflete nas possibilidades de créditos disponibilizadas pelas instituições.
Ou seja: haverá uma solução diferente a depender da Pessoa Jurídica que está pedindo dinheiro. Variadas configurações e condições serão estabelecidas de acordo com a natureza e tamanho da empresa, a fim de que a solução encontrada seja a mais adequada ao CNPJ.
No tópico seguinte será explicado sobre o empréstimo para Pessoa Jurídica de maneira geral, englobando todos os tipos de negócios. Isso acontece porque, embora existam diferenças, o acesso às linhas de crédito para empresas possui muito mais similaridades do que diferenças.
Como fazer empréstimo para Pessoa Jurídica?
O primeiro passo para fazer um empréstimo como Pessoa Jurídica é considerar os motivos. Como esse é um ponto complexo, ele será discutido mais profundamente no último tópico. Aqui vamos nos ater ao “como”, explicando os processos de obtenção de crédito para CNPJ.
Constituída uma empresa, o empreendedor deverá abrir uma conta no banco para o qual deseja pedir um empréstimo. Nessa etapa serão apresentados documentos associados com o tamanho e tipo da organização, o que facilitará a posterior disponibilidade de créditos.
O banco e as instituições financeiras pedirão documentos do negócio. Entre eles podemos citar o Balanço Patrimonial, Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE), balancete analítico, contrato social e outros papéis. Todos eles devem estar de acordo com o fisco.
Também serão considerados fatores da relação entre banco e empresa. Tempo de relacionamento, saldo médio da conta e produtos adquiridos se encaixam aqui. Ou seja: as chances da empresa serão melhores se houver transações positivas anteriores.
Aquisição de seguros, folha de pagamento, investimentos, empréstimos e financiamentos pagos contribuem para melhores possibilidades de empréstimos. Isso inclui tanto os valores disponíveis quanto as taxas de juro, quantidade de parcelas e mesmo possíveis recusas.
Analisados todos os dados mencionados até aqui, a instituição irá proceder exatamente como acontece com Pessoas Físicas, estabelecendo os parâmetros da linha de crédito. A partir daí, um compromisso é selado e valores deverão ser pagos de acordo com o que foi combinado.
Motivos para Pessoa Jurídica fazer empréstimo
Compreendido o que é empréstimo para Pessoa Jurídica e como fazê-lo, nós chegamos ao ponto mais importante de todos: afinal, uma empresa deve ou não recorrer a uma linha de crédito? A resposta para essa pergunta depende, considerando realidades distintas.
O empreendedor responsável pelo CNPJ deverá se perguntar: esse empréstimo é realmente necessário? O negócio vai se beneficiar, a curto, médio e longo prazo, dos investimentos feitos aqui? Se a resposta for negativa ou existir dúvida, o ideal é repensar a busca por crédito.
Motivos válidos para Pessoas Jurídicas emprestarem valores incluem manter a estabilidade (e a sobrevivência) do negócio, pagar dívidas variadas, investir em novos projetos e comprar materiais e produtos. O quão importante cada um desses itens é, muda com cada empresa.
Apesar de ser importante um planejamento prévio, é válido dizer que isso é algo interno e exclusivo da organização, sem relação com a instituição financeira que está oferecendo a linha de crédito. Ou seja: não é necessário que se justifique nada de maneira documental.
O uso dos valores emprestados, então, é de total discrição do empreendedor. Não é preciso dizer, porém, que utilizar dinheiro emprestado por um CNPJ para questões de um CPF é tremendamente negativo, prejudicando a situação financeira e legal da Pessoa Jurídica.
Independentemente dos motivos que levam uma Pessoa Jurídica a fazer um empréstimo junto a uma instituição financeira, as responsabilidades se mantêm. Se os valores forem necessários e bem investidos, essa tarefa trará apenas benefícios para o CNPJ em questão.